A Hierarquia Sacerdotal no Candomblé

A estrutura social do candomblé lembra as famílias antigas, matriarcais ou patriarcais. Existe toda uma escala de valores relativamente às tarefas desempenhadas na comunidade, sendo que os indivíduos (membros) poderão ou não galgar posições de maior responsabilidade, baseando-se em fatores diversos, notadamente a antiguidade.

A escala linear estratifica-se da seguinte forma:
ABIYAN = aspirante, aquele que embora frequente a casa, ainda não recebeu os sacramentos da iniciação.

IYAWO = termo utilizados relativamente aos iniciados passíveis de ocorrer o fenômeno chamado transe. Primeiro degrau da hierarquia religiosa, esse estágio estende-se por no mínimo sete anos, apresentando graduações: Odu Ora- iyawo que realizou obrigação de 1 ano; O s u Met a - iyawo que realizou obrigação de três anos. Algumas casas também demarcam a obrigação de 5 anos -Odu Keta.

EGBON = iniciado que completou a obrigação de sete anos. Essa obrigação representa a maioridade dentro da hierarquia religiosa.

OLOYE = aquele que possui Oye (cargo); iniciado com mais de sete anos (Egbon) que recebeu funções de comando ou responsabilidade (Oye) dentro da própria Casa ou Família de A s e. Tais funções são equivalentes aos antigos cargos tribais. Obs: o termo aplica-se também a Ogã e Ekedi, sendo que nesse, caso, muitas vezes o Oye é atribuído já na iniciação.

OGÃ / EKEDI = cargos civis dentro da hierarquia. A particularidade é que são homens (ogã) e mulheres (ekedi) não passíveis de transe. São Oloye, sendo comum receberem suas responsabilidades específicas (Oye) já no momento da iniciação.

BÁBÀLORISA ou IYÁLORISA = necessariamente são os iniciados com obrigações de sete anos já completas (Egbon) que dispõem de condições materiais e espirituais (além de profundo conhecimento ritual) para fundar uma nova Casa e iniciar outras pessoas.


Alguns Oye relativos a Egbon:

Bábàlorisa ou Iyálorisa = sacerdote ou sacerdotisa. É a autoridade máxima dentro da hierarquia, aquele ou aquela que é responsável pela vida religiosa de toda a comunidade. Procede iniciações, sejam de iyawo, ogã ou ekedi; atribui Oye; oficializa todas as obrigações posteriores à iniciação e realiza os ritos funerários quando ocorre o falecimento de qualquer iniciado, especialmente aqueles descendentes da sua própria Família ou iniciados por suas próprias mãos.

Iyámoro = sacerdotisa responsável pelas cerimônias rituais do Ipadè (invocação aos ancestrais).

Iyágbàíngena = auxiliar direta da Iyámoro.

Iyáojugbonan = sacerdotisa responsável pela criação dos iyawo no Quarto de Òrìsà.

Bábàlas e ou Iyálas = sacerdote auxiliar direto do Bábàlorisa ou Iyálorisa. Responsável pelo Ase.

Bábàkekere ou Iyákekere = sacerdote auxiliar direto do bábàlorisa ou Iyálorisa. Pai pequeno ou Mãe pequena.

Iyádagán = responsável pelos preceitos do Òrìsà Esù.


Oye relativos a Ogã



Asogun = aquele que realiza os sacrifícios rituais.

Olosogun = auxiliar do Asogun.

Alagbé = aquele que toca os atabaques (tambores).

Ilémosò = guardião, realiza ritos específicos dentro do culto do Òrìsà Ogyian.




Oye relativos a Ekedi


Iyáomoniye = cuida das tarefas referentes aos iniciados dentro e fora do quarto de Òrìsà.

Iyáoloye = semelhante a Iyáomoniye. Possui também atribuições específicas relativas aos Oloye.

Iyásingè = responsável pela cozinha ritual.

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